sexta-feira, 2 de setembro de 2011

adeus

"A maré da vida trouxe este monstro invisível que me persegue, noite e dia, reduzindo-me a farrapo humano. Quando o quis afastar esmagou-me as mãos, quando quis correr, ceifou-me as pernas... Cercou-me os caminhos, mas sempre encontrei uma brecha por onde passar com o que me resta e, ainda que eu seja nesse mar de sofrimento apenas uma concha no fundo, farei desta dor uma pérola para o mundo. (...) Não quero gritar, não amaldiçoarei quem me humilhou ou teve pena de mim. Meus amigos, minha poesia e deus são a minha força, cobrem-me de graça, me enriquecem de amor e fé. Por isso me sinto completo, mesmo faltando-me tudo..."

Querido Carlos Drummond de Andrade

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