quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Outros lugares que estive ...

"Quando tá escuro e ninguém te ouve, quando chega a noite e você pode chorar (...)"

Então eu abro os olhos e vejo o relógio: são 2h da manhã e eu tinha dormido algumas horas a mais, então levanto e fico sentada na cama, olhando para as coisas ao redor, com aquele estilo totalmente gauche que tenho, sem se preocupar com os outros que estão a dormir na casa.
Então levanto e mexo meu pé fraturado, deito novamente e fico olhando para dentro de mim, sentindo sensações de gelar o corpo. Relembro momentos da infância até essa noite, foi o que fiz para chegar até aqui e ninguém nunca notará isso.  Vem sempre a mesma pergunta de sempre, a pergunta da semana: tem certeza disso? tem certeza que deve partir para longe dos amigos, dos familiares e do lugar em que tu nasceu?
A pergunta sempre me mostrando o que perderei dos dois lados, o que me tornarei, o que serei daqui para frente.
Então penso em tudo passei para chegar até aqui, agora mais do que nunca eu preciso me afastar por uns meses, sumir sem precisar que atender meu telefone, descansar do ano tão cansativo na faculdade, descansar das frustrações, dos erros que cometi, das bobagens que disse, descansar da cidade agitada, descansar do mêtro lotado, das mentiras, dos livros de química orgânica, de química analítica, de fisico química, de química inorgânica, descansar dos laboratórios, dos corpos estudados, descansar do hospital, descansar da vida.
Então eu abro os olhos e pego o relógio: são 5h25 da manhã, então me arrumo para um dia comum, sigo o corredor e vou até o quarto dos meus pais, abro a porta e digo:
- Tche eu estou saindo, depois vou tirar o passaporte.

Índios - Legião Urbana

Um comentário:

Anônimo disse...

As vezes queria fugir, poder pegar todo dinheiro que tenho e entrar dentro do carro e sair correndo. Mas será que isso adiantaria? Só vá embora se for para seu crescimento, não vá embora se for fugir do mundo... Blog sempre lindo, beijos :*