sábado, 2 de junho de 2012

uma má fase

Luz caem sobre mim, deitada em uma mesa eu sinto meus batimentos mais alto que o som das sirenes lá fora, eu sinto a despolarização do músculo cardíaco, entrando muito sódio, saindo muito potássio.
Uma dose de cloreto de potássio, uma batida na porta, uma mão sobre a minha cabeça, um desvio de olhar.
Em um outro lugar, qualquer outro lugar, qualquer outra pessoa, é uma sensação estranha, de repente todos desaparecem, de repente o de repente se torna tão estranho e nada acontece e ninguém se importa.
Eu me vejo levantando, parece que meu cerebro não captou ainda o que está acontecendo ou eu não estou levantando.
Como já me disseram uma vez: essa não é uma história de amor, não é uma história legal, é a história da minha vida, é algo vago, parece que está faltando algo, mas eu continuo fingindo não me importar, eu continuo levantando sem o meu cerebro querer, levantando como se o sistema parassimpático estivesse mandando, como se alguém estivesse me chamando, mas algo me impede, algo me prende aquele lugar, então eu noto que aquele som de batimentos cardíacos não eram meus, eu me olho e vejo uma máquina substituindo meu coração, uma máquina pesada que só está sendo usada para eu continuar bombeando sangue. Não existe coração em mim, não existe calor, amor e importância, qualquer coisa serve, se tornou mecânico. Alguém levou meu coração.

2 comentários:

Paginas Manchadas disse...

Você escreve de tal forma que quem ta lendo acredita que de fato é o que ta acontecendo com você, muito transparente a forma com que você transcreve suas passagens sentimentais cotidianas.Bem massa!

Bruna Zumbia disse...

Obrigada pelo comentário, eu curto escrever o que estou sentindo, mas ás vezes me falta inspiração (: