domingo, 10 de março de 2013

o que a gente inventa nas madrugadas longe um do outro


Inusitado. Um pouco apavorante.
Eu estava nervosa depois de tanto tempo, sentindo todos os movimentos peristálticos do meu sistema digestório. Mentalmente me perguntei se estava me apaixonando ou simplesmente nervosa por estar conversando com ele.
Por um impulso natural eu vi a mão dele na minha coxa e corei, rapidamente ele tirou e ficou sem graça, arrumou o óculos e coçou a barba um pouco ruiva e um pouco loira.
Nos levantamos, eu senti a mão dele na minha cintura e olhei de soslaio e vi que ele observava minhas costas desnuda, com minhas marquinhas aparentes e então tirou a mão.
Eu queria poder dizer que estava tudo bem, agarrar a mão e apertar, dizer que eu não me importava de sentir tua mão na minha pele, que não me importava se ele ficasse me olhando enquanto comia e falava algo fútil.
É que eu nunca estive ao lado de alguém assim, uma pessoa tão diferente, tão cheia de coisas para contar, uma pessoa que viajou, morou fora do país, que fala um monte de línguas, que viveu tantas coisas e que me faz sentir a pessoa mais especial. E eu ás vezes fico muda, mas não é porque eu esteja entediada, é que me sinto boba, um pouco burra e até uma criança que quer colo, mas que não sabe pedir. 
Eu sou péssima em amar pessoas, sou péssima em dizer eu te amo ou qualquer coisa do gênero, mas me perdoa, me perdoa com amor, acontece que meu coração é chagado de tanto amar as pessoas erradas antes de você chegar nele.

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