domingo, 11 de agosto de 2013

O tal romantismo


Quando tinha 9 anos de idade eu me apaixonei pelo Bruninho, eu era nova na sala e morria de vergonha de ser alguém nova. Tinha me mudado de bairro (pra variar) e entrei naquela sala com minha irmã mais velha, que me deixou com a professora e saiu correndo pra poder ir almoçar em casa. 
O Bruninho era um pouco ruivo, descendente europeu de algum país que eu não lembro, mas era o mais gato da escola. Eu nunca demonstrei minha paixão e meu afeto por ele, mas sempre que dava nós voltavámos juntos a pé para minha casa, quer dizer, ele, cinco amigos e eu. Eu sempre ficava perto dele e quietinha ouvia o que ele dizia sobre o time de futebol, sobre o irmão dele mais velho (que era da sala da minha irmã e também o mais gato da turma), ás vezes zoava meu tênis all star desamarrado e sujo, e ainda por cima me deixava com borboletas no estômago sem nem sequer dizer eu te amo (até porque naquela época não entendia o porquê as pessoas diziam isso uma pra outras).
Teve um dia que o tal garoto magia começou a gostar de mim e eu fiquei feliz a ponto de explodir, mas naquela época andar de mãos dadas e um selinho foi como ganhar na loteria e o Bruninho e eu nos sentimos nas nuvens naquele verão da 3º série.
Estudamos juntos por mais seis anos e sempre nos olhávamos com aquele jeito de: "um dia nos apaixonamos e fm". Eu vi o Bruninho várias vezes na rua e sempre nos cumprimentamos, ás vezes dou risada e ás vezes penso como todos aqueles anos foi bom ser criança e ser inocente, poder dar um selinho e não querer algo a mais ou até mesmo se apaixonar tão facilmente.
Atualmente toda a ideia de amor se transformou e dizer eu te amo é muito difícil e complexo. Ainda acho complexo toda essa coisa de relacionamentos, gosto da vida que levo, dos livros que leio, da profissão que exerço, dos cursos que faço e das coisas que estudo; gosto dos meu amigos e da aventuras. Mas ainda sim tenho esperança de encontrar alguém que vá embora comigo, me fale do futebol, da profissão, do irmão mais velho, que ajeite a gravata, que brinque com meu salto, que bagunce meu cabelo e deixe meu coração palpitando sem nem dizer eu te amo.

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