segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

22

De repente nada era pra ser como realmente planejávamos  Então entra mais uma vez a teoria do caos em nossas vidas. Mas foi basicamente emocionante olhar para todo mundo, ou quase todo mundo, fingindo se conhecer tão bem, fingindo se conhecer ou querer saber.
É difícil conhecer pessoas assim. Poxa cadê os jovens? Quase ninguém notou, mas eu notei a gente passando por um grupo grande formando uma rodinha cantando os rap's da moda, tipo emicida, criolo e outros e nós simplesmente discutindo sobre Freud ou algum problema social. 
Minha atenção se desviou, garotos com garrafas de cerveja na mão, garotas com os olhos brilhando em cima deles, vestindo roupas chocantes, jovens com aparelhos da apple nas mãos, tênis de marca.
Eu? Nós? Simplesmente estranhos, zombados, sujos, com poesias nas mãos, pensando o que vamos fazer nessa noite fria e chuvosa?
Nós não sabíamos, mas atrás de nós havia uma escuridão que nos perseguia, uma fonte inesgotável de sabedoria e raiva que tentava pular em nossos colos e em nossas mentes. Íamos atravessando os carros, as pessoas, as mentes, as garrafas, riamos, conversávamos alto. Estávamos caindo na estrada.
Um barulho na rua, um porão cheio de pessoas pulando. 

- Vamos entrar?
- Nós nem somos tão legais assim.
- Ah cale a boca,  vamos entrar.
Entramos, corremos em direção ao DJ, nos perdemos, tocou um samba, tipo bossa nova, depois uma música qualquer. Eu virei para o meu colega mais próximo e disse:
- Guri que música é essa?
- Não sei. Só feche os olhos e se deixe levar.

E eu fechei os olhos e senti todo o peso cair e eu sabia que estava bem, eles estavam bem. Nós estamos bem! Em cada lobo frontal, essa lembrança nos perseguirá, foi quase tudo sobre nada. De Hitchcock a tati quebra barraco, somos jovens e vamos permanecer jovens, só não deixe de fechar os olhos e se permitir.
Nós temos nós, nossa poesia, nossa história, nossa conversa, nossa química. Vocês tem seus pseudo amores, seus trabalhos, suas roupas de marca, seus apelos sexuais, vivem e morrem sem saber o sentido da vida, ou vivem e viram velhos chatos e frustados.
Viva a revolução! 

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